sábado, 12 de junho de 2010

NÓS, AS MULHERES. ELES, OS HOMENS

- Eu comecei a sentir algo estranho. Vi no céu letras enormes de cores alaranjadas e rosas, como se fossem enigmas. Senti um arrepio intenso por todo o meu corpo, uma sensação de que estavam segurando a minha mão e então eu comecei a desenhar vultos, rostos de pessoas que eu nunca tive contato e de repente um homem começou a vir na minha direção, montado num cavalo. Ele tinha belos traços bem definidos: Um olhar penetrante que chegava a me cegar, uma boca de lábios carnudos e vermelhos, uma barba rala, mas que lhe dava um toque bem masculino, cabelos cacheados, um porte físico altivo, interessante, olhos verdes, firmes, que se fixaram nos meus. Quando chegou bem próximo a mim, desceu do cavalo, pegou-me pela cintura. Disse que tinha a nítida sensação de que já me conhecia, que estava completamente envolvido por mim e que nunca havia se sentido tão feliz. Eu apenas continuava olhando para aquele homem, tendo as mesmas sensações que ele, impressões, sentimentos, emoções fortes. Perguntei seu nome, de onde vinha e o que estava fazendo ali. Seu nome era Jean Pierre, morava num vilarejo ali próximo, Saint Laurent, havia saído para dar um passeio a cavalo, mas que não pretendia ir tão longe, porém algo o impelia a visitar o Castelo dos Feldon’s e quando me avistou quis imediatamente aproximar-se. Contou-me ainda que era casado com Isabelle Duprat, uma das moças mais bonitas e talentosas do vilarejo. A Srta Duprat era pintora e seus quadros já estavam ficando famosos na França. Por um momento senti uma pontinha de ciúme do modo como ele se dirigia a esposa, mas tentei não demonstrar. O sol já estava se pondo e então me despedi de Sir Jean Pierre. Ele olhava-me como se quisesse dizer algo mais e de repente tomou-me em seus braços e beijou-me ardentemente. Ao sentir seus lábios e seu corpo colado ao meu, senti que a nossa respiração tornava-se ofegante. Minhas mãos tocavam seu rosto e as dele tocavam meus cabelos. Sentíamos uma sensação tão gostosa, tão intensa, que não conseguíamos nos separar. Olhei em seus olhos e como os meus estavam marejados de lágrimas. Então quando consegui me recompor, disse a ele que não podíamos fazer o que estávamos fazendo, pois era um homem comprometido e que tal tipo de atitude mancharia a nossa reputação para sempre. Mas o desejo era mais forte. Não podíamos mais controlar nossas emoções e a razão num breve momento ficou de lado e voltamos a nos beijar. Tentei desvencilhar-me de seus braços, mas não resisti. De repente comecei a ouvir uma voz ao longe chamando meu nome, então vi que era você já bem distante de mim.
- Meu Deus Cris, você conseguiu ver e sentir tudo isso que acabou de me contar?
- Sim, Ana Era uma sensação de que estava em outra dimensão, em outro mundo, em outro lugar. E fiquei ali, meio tonta, forçando meus olhos para visualizar aquele homem e ao mesmo tempo ouvindo a sua voz. E de repente tropecei e caí e Pedro apareceu do nada para me socorrer. Será que foi coincidência, Ana? Será que era o mesmo homem da minha visão?
- Que loucura Cris, mas acho que foi mera coincidência e você não está amais acostumada com o ar puro daqui. Mas adorei o nosso passeio. Nossa você está com aquele jeito estranho novamente... Também, deve ser de cansaço. Venha, vou pedir para a Sandra lhe ajudar a tomar um banho bem gostoso e depois saborearmos o jantar de mamãe, certo?
_ Sim, sim. Claro que sim, Ana.
Cris: “Eu ainda não estava entendendo nada do que havia se passado ali. Que homem era aquele? E por que comigo? Será que o homem da minha imaginação era Pedro na realidade? Ah, bobagem minha. É claro que uma coisa nada tem a ver com a outra... Acho que estou vendo filmes românticos demais...
No dia seguinte já estava sentindo-me bem melhor. Ana resolvera dar uma festa em sua casa. Disse que eu poderia convidar algum amigo. Resolvi então ligar para Pedro, mas ele não quis ou não pode atender.
Paulo não gostava da amizade que havia entre Ana e eu. Ele me detestava, pois eu sempre fui rodeada por homens de todas as idades e isso era uma afronta para ele, já que sempre foi um homem muito machista, muito preconceituoso. Mas havia algo nele que me deixava nervosa, logo eu que sempre fui tão dona de mim, segura em tudo que fazia. Ana detestava o modo como ele me tratava.
- E então Cristina vai trazer algum namorado hoje à noite? Perguntou Paulo ironicamente.
- Você está redondamente enganado Paulo, pois estou sozinha. Você sempre com essa mania de me arranjar namorado.
- Conhecendo você como conheço, duvido que não tenha algum Mas só te peço um favor, deixe seus amiguinhos longe da Ana.
Paulo deu as costas para Cristine, que se remoia de tanta raiva. Como ele podia tratá-la assim diante de Ana. Mas Cristine era o tipo de pessoa que não ficava ressentida por muito tempo. Subiu para seu quarto e foi tomar seu banho. Enquanto tirava a roupa tinha a sensação de estar sendo observada. Foi até a janela e constatou que não havia ninguém no jardim. Começou a entrar em pânico, com o corpo todo arrepiado. Olhou debaixo da cama, dentro dos armários, no banheiro e de repente alguém lhe toca no ombro. Cristine solta um grito de pavor:
_ Calma Cristine, sou eu.
Era D. Regina, querendo saber por que ela ainda não havia descido para o jantar.
- Ai D. Regina. Que susto. Credo. Que sensação estranha. Meu Deus!
- Mas o que foi menina? Você está pálida! Viu algum fantasma?
- Ai, D. Regina, já vem com esse assunto. Não. Não vi nada. A senhora sabe que não acredito nessas coisas. Respondeu Cristine com ar de deboche.
- Não acredita é?
- Não.
- Então porque gritou e fez essa cara de pavor quando te toquei, hein?
- Vamos mudar de assunto D. Regina. Olha eu vou tomar meu banho e já desço está bem?
- Está bem, está bem. Anda logo menina, já estão todos prontos sabia. Só falta você.
- Chegaram alguns amigos de Paulo. Inclusive chegou alguém que você conhece.
- Quem D. Regina?
- O rapaz...
- Que rapaz D. Regina?
- O rapaz, o Pedro, o que lhe ajudou outro dia...
- Ele veio? Meu Deus, que bom, estava agora pensando nele, mas não consegui ligação. Que roupa eu coloco D. Regina? Olha pode ir descendo que eu já vou.
Cristine sentiu que D. Regina tinha algo para lhe contar, mas ela preferiu fazer que não havia notado.
Enquanto ia trocando a roupa Cristine voltou a ter aquelas sensações estranhas: pensamentos e imagens que passavam rápido, como cenas de um filme.
Era como se voltasse num passado distante, uma outra vida, uma outra mulher...
Resolveu tirar aqueles pensamentos da cabeça, colocou um vestido, soltou o cabelo e desceu para a festa. Olhou ao redor, mas não encontrou Pedro. De repente ele surgiu na sua frente lhe estendendo a mão para lhe cumprimentar. Quase desmaiou. Empalideceu. Precisava de ar imediatamente.
- Olá Cristine. Cristine? Você está bem?
- Sim, sim. Claro. Como vai? Não vai me apresentar a sua amiga?
- Sim. Quero lhe apresentar minha esposa, Marluce.
Não poderia ser, pensou Cristine. “Esposa? Mas como fui boba, imatura, como não havia pensado nesta possibilidade? Respirou fundo e a cumprimentei”:
- Muito prazer, Marluce.
- Olá Cristine. Tudo bem? E a sua perna, melhorou?
- Já estou melhor, obrigada.
Cristine sentiu uma pontinha de raiva, pois Pedro havia comentado para esposa sobre o acidente, mas será que ele lhe contou como acontecera? Ana vai ao encontro dos casais e tenta amenizar a situação:
- Vejo que já se apresentaram, disse Ana encarando Pedro.
- Cristina, Marluce é uma das melhores professoras e pintoras de Artes Plásticas, e Marluce a Cristina é a minha melhor amiga e também uma das jornalistas mais renomadas de nossa cidade.
- Ora, gentileza sua Ana.
Cristine tenta ser cordial com Marluce:
- Ah, sim, já tive oportunidade de conhecer seus quadros numa exposição no shopping próximo a minha casa.
“Pedro e eu não conseguíamos evitar a troca de olhares. Comecei a sentir uma palpitação forte, meu coração parecia que iria disparar. Então resolvi ir para a sacada. A noite estava linda, com uma lua cheia de causar inveja a qualquer mortal e um céu tão estrelado, que mais parecia um tapete de estrelas. De repente sinto alguém chegar por trás de mim, me pegar pela cintura. Virei-me rapidamente e fiquei frente a frente com Pedro.
- Pare com isso. Você é maluco Pedro?

domingo, 18 de abril de 2010

NÓS, AS MULHERES. ELES, OS HOMENS.

CAPÍTULO IV

- Então me conte minha amiga, o que está acontecendo com você e Paulo?
- Fico muito triste quando tenho que falar sobre isso Cristine.
- O que foi Ana? Você de repente ficou pálida. O que houve? Vocês brigaram? Já sei terminaram. Não, ele te deu o fora? Foi isso Ana?
- Não, Cristine, não, não foi, não é nada disso...
- O que foi então? Tive uma idéia: Vamos dar uma volta e colher algumas margaridas do campo como fazíamos antigamente? Lembra?
- Claro que lembro. Você como sempre exagerada colheu todas as que via pelo caminho e depois a noite não conseguia dormir.
- Sim. Não tinha idéia de como era alérgica a flores. Hoje em dia já não tenho mais esse problema, por isso mãos a obra e vamos ver quem colhe mais.
- Você trouxe um antialérgico?
- Ah, para com isso Ana, você está é querendo mudar de assunto. Vamos logo antes que anoiteça e, além disso, você tem muita estória pra contar.
Ana tinha uma casa de campo. Era no estilo de uma cabana, com três andares e mais um sótão. A sala era muito aconchegante, principalmente nesta época do ano em que a tendência era fugir do frio. Toda decorada em estilo rústico, sofás, tapetes, quadros, almofadas e a lareira que não poderia faltar dando um ar romântico e acolhedor. Os quartos eram lindos e confortáveis, com camas grandes, banheiros e closets integrados, tapetes e cortinas decorados com cores suaves.
O quintal nos fundos da casa possuía uma enorme área de lazer e passeios. No jardim havia várias espécies de flores ornamentais e árvores frutíferas, dando um aroma doce e cítrico ao mesmo tempo. E o colorido das hortênsias, roxas e rosas, flores típicas da serra gaúcha, enfim um lugar para o descanso da família nos finais de semana.
- Então Ana, agora que já estamos mais afastadas da casa, me conte o que está havendo...
- Bem Cristine eu estou passando por um momento... não sei se a palavra certa seria difícil, um momento novo, estranho, diferente na minha vida.
- Como assim? Explique-se melhor Ana. Vai pensando e vai falando, sem analisar, talvez assim você consiga se expressar melhor.
- Está bem. Hoje acordei com uma sensação estranha. Meus sentimentos pareciam que estavam dentro de um copo de liquidificador, misturados, sem nexo. Não sei se vou conseguir passar em palavras tudo que estou sentindo, mas de uma coisa tenho certeza.
- Sim. Fale!
- Não sinto mais nada por Paulo...
- Como assim, não sente mais nada?
- Isso mesmo que você ouviu. Não sinto mais nada por ele. Amor, carinho, respeito, tesão...
- Mas assim de uma hora para outra? Por quê? O que aconteceu? Ele te traiu?
- Calma Cristina, calma. Não é nada disso. Eu não quero mais, entende. Eu não sinto mais nada por ele. Eu estou querendo a separação. De corpos, de mentes, de sentimentos. Eu estou querendo a minha liberdade de espírito, de alçar novos vôos, outras chegadas, outras partidas. De ir mais adiante, de quebrar a cara sozinha, de ver novos horizontes, de poder enxergar o outro como ele é e não como eu quero que seja, de ir ao meu encontro, ao encontro do meu eu, da minha essência feminina e masculina, do poder de amar e ser amada, de retirar o véu da obscuridade e aceitar a verdade nua e crua, sem temer, sem atropelos. Sim, porque não? Caminhar por esses caminhos, sem destino e quem sabe eu encontre aquilo que há tanto tempo anda perdido, que eu ando procurando em cada rosto, em cada sorriso, em cada beijo, em cada abraço, em cada olhar: EU. O meu EU interior.Aquele ser que clama, que reclama, que pede, que implora que lhe toque, que o sinta com seus defeitos e suas qualidades, suas mentiras e suas verdades, com suas forças e com suas fraquezas, com suas idéias reais ou imaginárias. Desta vez é comigo, Cristina. Só comigo mais ninguém...
Eu ouvia e olhava Ana como se não a conhecesse, como se nunca a tivesse visto. Ana sempre fora uma mulher discreta, calada, absorta em seus pensamentos e atitudes. Não era muito de se abrir, de contar seus desejos e ambições, suas tristezas e alegrias, enfim ela era muito restrita nos seus comentários. Quando nos encontrávamos sempre era eu que tinha alguma estória para contar. Mas naquele dia Ana não estava me dando ouvidos, estava feliz, diferente e saiu correndo sem direção na minha frente:
- Cris, veja se consegue me alcançar?
- Claro que não vou conseguir, estou fora de forma.
E foi se distanciando cada vez mais. Então de repente tropecei e caí. Senti uma dor horrível e ao olhar para meu joelho via que sangrava muito. Enquanto tentava me recompor da queda surgiu na minha frente um belo rapaz, alto, cabelos pretos volumosos, lisos, olhos azuis, profundos que me falavam tantas coisas, boca com lábios carnudos e um sorriso encantador.
- Olá, posso ajudá-la?
Entre um ataque de risadas de mim mesma, tentava ser discreta ao observar atentamente o lindo homem que estava na minha frente:
- Oh, muito obrigada. Eu sou uma desastrada mesmo. Ai, está doendo muito, ai...
- Calma, não force sua perna. Venha eu lhe carrego no colo até aquele banco.
- Não, não precisa. Eu consigo caminhar até ali. Olha muito obrigada, mas não quero ocupar seu tempo comigo.
- Mas que bobagem. Estou adorando preencher meu tempo com alguém tão linda como você!
- Ai, ai, ai, Ta bom eu aceito a sua ajuda, mas só até eu me recompor.
Enquanto aquele belo homem me carregava, tinha a nítida sensação que já o conhecia.
- Pronto. Está melhor agora?
- Sim, claro. Mas que falta de educação a minha. Você me socorreu e eu nem me apresentei.
- Bom então eu também sou um mal-educado (risos)
- Muito prazer. Meu nome é Cristine e o seu?
Naquele exato momento algo estranho começou a acontecer comigo, algo que eu mesma não conseguia explicar. Parecia que eu já o conhecia. Mas resolvi apagar da minha mente aquelas imagens estranhas.
- Olha, eu já posso andar. Muito obrigada mais uma vez, mas eu vou andando devagarinho... Ai, ai, meu deus, dói muito...
- Talvez seja mais grave do que você imagina. De repente pode até ter fraturado sua perna.
- Está bem. Eu vou deixar minha teimosia de lado e vou aceitar a sua carona.
Chegaram até a casa de Ana. Ela e D. Regina já estava na porta ansiosas à procura de Cristina.
Pedro desceu do carro com Cristina no colo.
- Mas o que foi isso, minha filha? O que houve? Onde você andava? Estávamos preocupadas!
- Está tudo bem D. Regina. O problema é que estou fora de forma, tentei correr atrás de Ana, mas deu no que deu. Olha quero apresentar a vocês o Pedro. Ele foi muito gentil desde a minha horrorosa queda.
- Bem agora que você está em casa sã e salva vou indo. Tenho que voltar. Meu pessoal estão esperando lá em casa. Sou o novo vizinho de vocês.
- Que bom Pedro. Então para darmos as boas vindas fique para tomar um chá conosco. Cristina, minha filha, preparei aquele bolo e as broinhas que você tanto gosta. Volto num instante. Fique aí quietinha fazendo sala para o moço. Não deixa ele sair sem provar.
- Olha, eu não quero ser mal educado, mas terei que ir. Agradeça a D. Regina pelo chá.
- Por quê tanta pressa Pedro? Fica mais um pouquinho. Fica?
- Está bem. Eu não resisto a um pedido tão meigo assim.
- Muito obrigada.
Ana ficou preocupada com o estado de Cristina.
- Cris, minha amiga, o que houve? Me desculpa, eu não deveria ter corrido daquele jeito, como se estivéssemos em uma maratona.
- Já estou bem Ana, não se preocupe, eu que deveria ter diminuído o passo já que estou fora de forma. Pedro quero que você conheça Ana, filha de D. Regina e minha amiga-irmã.
- Oi. Ana.
- Olá, muito prazer.
- O prazer é meu.
- Ela é um pouco teimosa, mas aceitou a minha ajuda.
- Ah, isso ela sempre foi, muito teimosa.
- Está bem, vamos falar de outro assunto.
- Olha o chazinho e os biscoitos que prometi. Sirva-se Pedro. Sinta-se em casa.
- Obrigada D. Regina. Realmente a senhora tem toda a razão, seus biscoitos são muito gostosos, mas terei que ir. Tenho muito trabalho.
- Eu te acompanho até a porta.
- Não, Cristina. Você precisa ficar em repouso e consultar um médico. Por favor Ana, veja se consegue levá-la para tirar uma radiografia. Pode ser que ela tenha fraturado.
- Está bem Pedro. Não se preocupe. Ela vai nem que seja amarrada.
- Tchau Cris. Fica bem. Ligo durante a semana, está bem?
- Tchau Pedro. Obrigada por tudo. Você foi muito gentil e atencioso.
- Até logo D. Regina. Até logo Ana.
- Até logo meu filho.
- Então Cris, o que houve? Senti que você não estava prestando atenção enquanto eu falava.

Continua no próximo Domingo...

OLHA SÓ>>>
Estou lançando a partir de hoje o perfil dos "meus" homens. A cada domingo revelarei um pouco da personalidade desse homem, sem revelar, é claro, o nome...
Fica ligado, esse pode ser o "seu"!

"Ainda ontem sentia-me presa, amargurada, p... da vida pelo o que nós mulheres lutamos tanto: alcançar nossos tão esperados "direitos" iguais. Só que isto tudo teve um preço muito alto, a solidão, o desespero, a "entrega" gratuita, a perda da feminilidade e talvez a perda da nossa vaidade. A maioria atualmente busca incessantemente por seu par perfeito, sua cara metade ou sua alma gêmea. Quanta ENERGIA DESPERDIÇADA, QUANTAS NOITES MAL DORMIDAS, QUANTAS FERIDAS MAL CICATRIZADAS, QUANTOS CORAÇÕES DESPEDAÇADOS.
E aí prá complicar apareceu essa tal da "amizade colorida", o "ficar", o relacionamento aberto, o "dar" sem "receber", colocando por água abaixo todos os conceitos aprendidos.: Não se entregar ao primeiro que gostar, ser virgem até casar, não "sair" com todos que conhecer.
Mas a idade foi avançando e junto com ela fui amadurecendo minhas idéias, meus ideais, meus encontros, meu modo de pensar em relação o que é amar. Então conheci um cara que veio ao "encontro de" tudo que sempre quis, mas não tinha coragem de colocar em prática; Ele me ensinou que a gente pode ser feliz, pode ser amada sem necessariamente conviver com essa pessoa.
Isso me fez muito bem. Mas não pensem que resolvi, assim, num estalar de dedos. Não! Levei muito tempo prá descobrir que o importante mesmo é ser lembrada, é estar no pensamento, no coração de alguém quando este a alguém está a fim. Que a gente pode viver esse tal de relacionamento aberto sem culpa, sem medo.
Hoje "ele" me convida, me quer. Amanhã , talvez, esteja com a Carlinha, com a Paulinha, mas não importa. O que me importa, o que me faz feliz realmente é que HOJE ele está comigo e que sempre serei uma estrela na sua imensa constelação.
Beijos! Te adoro!

domingo, 11 de abril de 2010

NÓS, AS MULHERES. ELES, OS HOMENS.

CAPITULO III

- Pois é Cristina. Como você sabe lhe convidei pra vir aqui, claro por saudade, mas também porque você é a única pessoa que me conhece de verdade e eu não teria como te mentir ou aparentar que meu casamento com Paulo não vai nada bem.
- Ai Ana, ao mesmo tempo em que fico triste por você e Paulo não estarem bem, fico aliviada que você pelo menos não está indo contra aos seus sentimentos, pelo contrário, o sinal vermelho acendeu e você está atenta.
- É amiga. Há muito tempo que o “sinal vermelho” está piscando dentro de mim. Só que agora antes do vermelho piscar, o amarelo já me chama a atenção de várias maneiras. Mas Cris, antes de eu falar sobre o meu casamento estou muito curiosa e surpresa com a sua separação, já que você e Oswaldo pareciam tão felizes.
- Ele até poderia estar, mas eu estava me sentindo sozinha, vazia, infeliz.
- Fale-me sobre o seu casamento Cristina. Quais são os “sintomas” de um casamento falido?
- Desgastado, amarelado pelo tempo. Sem forma, sem gosto, pura rotina. Libido em baixa. Nenhuma demonstração de interesse um pelo outro, de carinho ou consideração, final de jogo com empate: zero a zero, sem disputa, sem atenção, sem correr atrás do prejuízo. Olhares caídos, sem brilho, mau humor, indisposição, dores de cabeça à noite e perda de apetite durante o dia, ambos taciturnos, vazios, sem iniciativa, sem perspectiva, sem objetivos em comum, sem sonhos, sem ambição, sem eira nem beira, separados pelo temor, separados pelo cansaço e o fator determinante do fim: sem amor.
- Meu Deus Cris. Vou anotar esta listinha e depois vou analisar quais os pontos em meu casamento não anda bem.(risos)
- Tá bom Ana. Agora é a sua vez de desabafar.
- Não senhora. Você ainda não me contou sobre a reação de Oswaldo com seu pedido de separação. Fale.
- Bem amiga, após ter recebido o telefonema levando o fora do tal cara do elevador, resolvi ir para um barzinho e enchi a cara.
- Você? Mas você detesta bebida...
- Ah, mas na situação em que me encontrava fui obrigada e também para me preparar para encarar Oswaldo. Fazia muito frio naquela noite. Chovia incessantemente. As ruas estavam desertas. Abri a porta bruscamente e entrei tropeçando na sala. Oswaldo permaneceu intacto na sua poltrona em frente à lareira. Aproveitei e sentei na poltrona ao lado dele. Oswaldo permanecia calado. Pairava no ar um clima de hostilidade, insegurança e desconfiança. De repente ele saltou da poltrona, ficou na minha frente, me olhou nos olhos e começou um interrogatório:
- Por onde você andou Cristine?
- Por aí Oswaldo, por aí.
- Por quê não telefonou? Você sabe que horas são?
- Calma Oswaldo, calma, Não precisa se alterar.
- Eu não estou alterado, eu só estava preocupado com você. Te dei algum motivo pra você fazer isso comigo? Tratar-me dessa maneira?
- Oswaldo se você continuar levantando a voz, gritando, urrando, eu vou me recolher.
- Ah, mas não vai mesmo. Daqui você só sai quando tiver uma resposta plausível. Por quê você continua me ignorando? Responde?
- Você bebeu novamente. Está completamente embriagado. Embriagado pela bebida e pela sua desconfiança, embriagado de ciúme. Só assim pra você conversar comigo. Aos gritos e ofensas.
- Cala a boca sua cínica.
- Cínica por quê Oswaldo?
- Você ainda não me respondeu por onde andava?
- Sandra e eu fomos ao cinema e depois passamos na casa de Pietro, seu namorado.
- Mas quanta mentira! Quanta enrolação! Sua irresponsável, sua...
- Sua o quê, hein? Vamos. Termine!
- Sua traidora, mentirosa.
- Chega! Chega de tantos desaforos, palavras inúteis, insinuações baratas.
- Você acha que vou acreditar que foi ao cinema acompanhada de uma amiga?
- Tá bom Oswaldo. Eu estava acompanhada sim. Pronto. Falei e agora vai me bater?
- Mulherzinha de quinta, piranha, vagab...
- Pode parar por aí. Você já abusou demais. Abusou da minha paciência. Dos meus sentimentos, da minha conduta, de mim. Basta. Quero agora a nossa separação. Se pra você eu não passo de uma mulherzinha, uma inútil, uma traidora, pra mim você nunca existiu. Passou desapercebido. Te ignorei sim. Te exclui sempre. Eu sempre vivi aprisionada pelas suas palavras e atitudes. Você é um dos seres mais rudes, mais grotescos que já conheci. Sem escrúpulos, sem sentimentos. Mas neste momento após ter ouvido tanta asneira, a minha consciência libertou-me dessa escravidão, dessa dor, desses seus julgamentos precipitados, inapropriados, repudiáveis. Eu irei te ignorar para sempre, irei te excluir para sempre da minha vida, do meu coração, dos meus pensamentos. Trate de romper com este laço que um dia nos uniu, desatando estes nós “cegos” que foram feitos com a sua ignorância, com a sua prepotência, porque os nós que um dia eu fiz, a partir desse momento foram desfeitos, um a um. Adeus Oswaldo!
- Vai sua cadela. Assassina! Assassina! Você acaba de me matar. Matou minha coragem, minha alegria de viver, meus desejos, minha afeição por você. Só por você. Eu sempre fui muito apaixonado por você e olha como estou agora. A que ponto cheguei. Fui humilhado, pisoteado, Me sinto perdido, sofrido, desesperado. Como é que você quer terminar com uma relação de mais de dez anos, como se fosse um final de um espetáculo? Como se fosse um final de um jogo? Nosso casamento nunca representou nada pra você, sua covarde? Vai, pode ir. Mas não olha pra trás. Suma de uma vez por todas da minha vida, sua, sua...

- Ai, Cristine estou toda arrepiada. Estou até com pena dele, coitadinho.
- Ele chorava feito uma criança. Então saí feito uma louca pela rua, deixei tudo que era meu. Enquanto ia afastando-me da casa, sentia medo, desespero, emoção, alegria, e quanto mais longe eu ia mais o meu coração ia ficando aliviado, porque consegui fugir de um passado desgastado pela acomodação, pela falta de opção, pela falta de lutar pelo meu espaço. Então liguei para uma amiga e perguntei a ela se poderia ficar alguns dias na sua casa até resolver a minha separação.
- Olha o cafezinho.
- Obrigada D. Regina, a senhora é uma mãe para mim.
- Olha minha filha, o que você precisar de mim estarei sempre pronta pra te ajudar.
- E agora amiga? O que você pretende fazer? Esperar ou vai procurar por outro amor?
- Sabe Ana, cansei de procurar, de buscar, de tentar encontrar o homem certo. Acho que ele não existe. Que é fantasia de adolescência.
- Pare com isso Cristine. Você é muito bonita, inteligente e madura o suficiente para querer se fechar no seu mundinho encantado. Saia e viva a realidade. Os homens estão aí, cheios de preconceitos, medos, pensamentos obscuros, fantasias e loucuras, desistindo de relacionamentos duradouros, porque a palavra fidelidade está amedrontando, ou melhor, os afugentando.
- Você tem razão Ana. Sinto que os homens estão evasivos, dissimulados, agindo como nós mulheres antes da revolução feminina: submissos, frígidos, insatisfeitos por dentro, fingindo estarem saciados por fora.
- Sim. Muitas de nós naquela época e ainda hoje mesmo depois de transarem com seus maridos fazem cara de dever cumprido.
- Mas não vamos muito longe não minha cara. Eu mesma após muito tempo de casada não tinha coragem de me trocar na frente do Oswaldo.
- E eu que só transava com a luz apagada. Fazia muitas vezes o papel da “boneca inflável”. (risos).
- Você? Com o Paulo? Não vem Ana. Não acredito...
- Olha, vamos dar uma volta. Preciso desabafar.
- Casamento falido? (risos)
- Pedi “concordata” e não tenho como saldar a “dívida”. (risos)

DEVANEIOS
A solidão: é a pior aliada de uma mulher. Ela faz nos sentir tristes, derrotadas, amargas, carentes, dementes. A solidão causa uma dor tão forte, tão arrebatadora, tão sofrida que é impossível fazer ou ser diferente.
A saudade: vontade enorme, grande, imensa, de estar juntinho de quem se ama. Impossibilidade de tocar, olhar, falar. Sentimento de impotência.
Verdade: Quero tentar, vivenciar, andar lado a lado, enfrentar, pagar pra ver, me entregar.
Conseqüência: errar, perder, sofrer, se arrepender, se atirar pela janela ou tentar se curar.
Felicidade: sentimento envolvente, consistente, abrangente.

OLHA SÓ>>>
Gente obrigada de coração pelos recadinhos. Soube que alguns de vocês não conseguiram deixar o comentário por aqui, mas podem deixar no meu e-mail, no meu orkut, no facebook. A opinião, a visão de vocês é muito importante prá que eu prossiga neste projeto, tá?
Até o próximo capítulo
Beijos

domingo, 4 de abril de 2010

"Nós, as Mulheres. Eles, os Homens"

DEVANEIOS
Porque é tão difícil as pessoas se relacionarem? Dizerem umas as outras o que sentem? Por que os relacionamentos são tão complicados? Por que as pessoas são tão complicadas? Por que não dizer o que estão sentindo umas as outras? Por que esconderem os seus sentimentos? Por que ficarem sofrendo escondendo de si mesmas o que gostariam de gritar para o mundo?

CAPÍTULO II

Cristina vivia alucinada por um amor que sonhava desde sua adolescência. Apesar de ter sido casada, sabia e sentia que aquele não foi o homem da sua vida. Ela sonhava com um amor eterno, intenso, arrebatador, envolvente, passional. Ela sabia, mas não queria que isso fosse uma utopia. Ela sabia, mas não queria que esse amor não existisse. Ela sabia, mas não queria acreditar que tudo não passava de fantasias de sua mente perturbada, alucinada, embriagada por um homem imaginário. Um amor de conto de fadas... Cristina havia passado por uma longa e dura separação...

- Cristina, minha irmãzinha querida, que bom que você veio!
- Oi amiga. Quanto tempo. Você sempre linda hein?
- Vamos Cris, vamos entrar, tomar um chá com uma torta de nozes que mamãe fez especialmente pra você.
- Que saudades desse ar puro, dessa hospitalidade, de você minha amiga e da sua torta de nozes D. Regina (risos)
- Bem amiga me conta com detalhes o que foi que lhe aconteceu? Por quê você se separou? O que houve com Oswaldo?
- Bem amiga, é uma longa estória: Meu casamento já andava sem graça, sem sabor, sem amor e sem tesão. Então um belo dia eu estava no shopping fazendo compras e fui pegar o elevador para ir até o estacionamento. Amiga, quando eu entro no elevador dou de cara com um homem lindo, alto, moreno, olhos azuis, barba rala, corpo sarado e que me sugou com os olhos. Senti naquele momento algo que nunca havia sentido antes em todo o tempo em que fiquei casada. Algo inexplicável, intenso,emocionante. De repente ele chegou bem pertinho do meu rosto e eu ali enlouquecida, querendo que ele me beijasse. Sabe aqueles beijos que quando você está louquinha para ganhar, mas o cara fica te olhando, olhando para a sua boca, e quase que encosta a boca dele na sua, mas pára novamente, te olha demoradamente meio que te provocando, beija num cantinho da boca, morde o lábio superior, beija o outro cantinho da boca, morde o lábio inferior, introduz a ponta da língua na sua boca, daí você pensa “é agora” e ele tira a língua e te olha novamente nos olhos e você ali, suspirando, gemendo, louca por aquele beijo se concretizar, daí então ele te pega carinhosamente pelos cabelos, te olha mais uma vez e começa a te beijar, beijar, beijar...
- Ai Cristina, e aí mulher, me conta o resto. Rolou algo no elevador?
- Claro que não Ana. Lá sou mulher disso? Pura imaginação. Fantasia sexual. Chegamos no estacionamento ele me convidou para sentarmos um pouco dentro do carro. Ficamos conversando aproximadamente por uma hora. Cada um contou um pouco da sua vida: relacionamentos, filhos, horários, trabalho, lazer, gostos, defeitos, qualidades, planos, preferências sexuais, beijos, olhares, dúvidas, esclarecimentos, risadas, silêncio, caricias, carinhos, pensamentos, brincadeiras, decisões, conselhos, declarações, lembranças. Como eu tinha horário para chegar em casa nos despedimos e marcamos um encontro. Mas no caminho várias perguntas e dúvidas assolavam meus pensamentos: Será que ele me queria só pra sexo? Será que queria algo sério?
- Você é completamente louca Cristina. Como marcou algo se ainda estava casada?
- Ana, minha amiga, você não mudou nadinha. Sempre fiel e certinha.
- Ora Cris, que bobagem. Acho que é uma pergunta normal. Qualquer pessoa teria a mesma dúvida e curiosidade...
- Esta bem, amiga. Desculpa, é que continuo com a minha ansiedade de falar e agir sem pensar.
- Continua Cris.
- Ele me ligou após alguns dias e me confessou algo que não havia me falado: era casado, mas me jurara que iria se separar porque seu casamento já estava no fim.
- Bom e daí, vocês se encontraram novamente?
- Não.
- Não??? Por quê? O que houve? Já sei você desistiu...
- Pior. Ele me ligou no dia dizendo que não poderia me ver e não marcou um novo encontro.
- Ah, mas isso era certo não é Cris. Primeiro porque você ainda era uma mulher casada e você sabe muito bem qual a minha opinião a respeito disso e segundo homem solteiro já está difícil assumir algo, casado então nem se fala...
- Olha amiga, pra lhe dizer a verdade, no dia do tal encontro eu acordei com uma sensação estranha de que ele iria me ligar desmarcando.
- Deve ter sido difícil, já que pelo que você me contou estava bem entusiasmada.
- Pois Ana, foi a partir daí que eu comecei a ansiar por liberdade. Liberdade de pensamento, de movimento. Sensação de desapego. Viver fora das grades, em comunhão com a vida. Sentir o sol da manhã na pele, o frescor da brisa. Sem algemas, sem correntes, sem interesses, sem cobranças. Simplesmente livre.
- Então foi assim que você sentiu a necessidade de separar?
- Sim. Ser livre. Livre para pisar em solo estrangeiro. Livre para ser mais um passageiro. Livre para mudar. Livre para sonhar.


OLHA SÓ>>>

O que vocês acham do domingo?
DOMINGO: DIA CHATO??!!

Para alguns dia de descanso, para outros um dia "depre", principalmente quando não se tem nada prá fazer ou alguém prá compartilhar.
O almoço é praticamente café da tarde, TV um tédio, que tal escolher uma roupa prá sair, arrumar os cabelos... Não. Sair nem pensar. Melhor continuar de pijama e voltar prá cama. Daí vem um pensamento, vem outro e mais outro e pronto, durmo novamente. Sonho com "ele" cantando Bon Jovi no meu ouvido, nossa que loucura, tão nítido, tão real. Opa, acordo assustada, já é noite. Minha última esperança, a internet. Meus domingos nunca mais foram os mesmos...

Beijos e até o próximo!

domingo, 28 de março de 2010

"Nós, as Mulheres. Eles, os Homens"

Oi e aí, tá curioso prá ler o "tão" falado livro da Val? Leia, divirta-se e me fala se gostou!



Dedico este livro a todas as mulheres: Mulheres submissas, mulheres independentes, ativas, carentes; mulheres sensuais, mulheres eventuais, displicentes; mulheres perdidas, mulheres comprometidas, livres, afoitas; mulheres de um homem só, mulheres de vários homens, intensas, ciumentas; mulheres santas, mulheres açoitadas, mal amadas, magoadas; mulheres carinhosas, mulheres charmosas, inteligentes, presentes; mulheres vazias, mulheres vilãs, cautelosas, escandalosas; mulheres femininas, mulheres feministas, otimistas, sonhadoras; mulheres opressoras, reprimidas, verdadeiras; mulheres ativas, mulheres ativistas, faceiras; mulheres capazes, mulheres capachos, com caras e bocas, feias e loucas; mulheres indecisas, mulheres objetivas, negativas, fingidas; mulheres nervosas, mulheres gentis, amigas; mulheres místicas, mulheres sagradas, abertas, fechadas; mulheres agressivas, mulheres emotivas, sinceras; mulheres maravilhosas, mulheres gostosas, intuitivas por natureza, mães, filhas, amigas, companheiras, amantes, megeras, feras, diurnas, noturnas, donas do mundo.

Nós, as Mulheres


E a todos os homens: Homens másculos, homens machos, pacatos, alterados; homens simples, homens austeros, lindos, fortes, homens maus, homens casuais, envolventes, calientes: homens valentes, homens dementes, seguros, puros: homens jovens, homens velhos, viris, pueris: homens abertos, homens fechados, amados, amáveis: homens da caverna, homens das tabernas, cabisbaixos, voláteis: homens feios, homens bonitos, fortes, frágeis: homens ansiosos, homens insaciáveis, saudáveis, carinhosos: homens imprescindíveis, homens descartáveis, miúdos, rentáveis: homens preconceituosos, homens afetuosos, sagazes, cautelosos: homens por elas, homens sem elas, homens com elas, únicos, eróticos: homens românticos, homens semânticos, debochados, despachados: homens íntegros, homens covardes, imponentes, perigosos: homens grandes, homens pequenos, altos, baixos; homens eróticos, homens exóticos, caseiros, bagunceiros, homens cafajestes, homens cabras-da-peste, decentes, verdadeiros; homens de paz, homens de guerra, políticos, verídicos; homens ciumentos, homens feras, passionais, virtuais; homens calados, homens extrovertidos, sensuais, que amam por igual, que sentem, que choram, que riem, que adoram, sofrem, que têm dúvidas, inseguros, fracos, sonhadores, que planejam, que esperam, que vivem, morrem de medo de perder, de levar o fora, mas que se for preciso, saem pelo mundo afora a procura delas e elas por sua vez não vivem neste mundo sem...
Eles, os Homens

O que é o amor afinal? Como o homem descobriu o que é amar e ser amado? Por quê precisamos tantos uns dos outros? De onde surgiu afinal este sentimento: O amor!
Dizem os entendidos no assunto que tudo começou na época das cavernas. O homem nas limitações de sua mente em desenvolvimento sentia a angústia da solidão e seguindo seu instinto sexual buscava a companhia de uma mulher e que entre tantas alguma poderia lhe corresponder sua necessidade, ou seja, apenas sexo, nada de amor. Olhou no seu olhar e viu um brilho diferente, agarrou-a pelos cabelos e levou-a para morar com ele numa caverna escura. Por sua vez, aquele gesto agressivo, bruto, primário, trouxe ao coração dela, mais sensível desde o início, uma sensação diferente e ao entregar-se aos carinhos displicentes e autoritários dele, percebeu um calor e uma sensação gostosa de bem-estar e prazer. Desde então, após longas jornadas, várias conquistas, descobertas de novas terras e mares e a construção do mundo moderno, o homem e a mulher continuam a se procurar e a sentir a estranha compensação de estarem juntos. É que desde aquele primeiro instante se amaram!
Mas o amor não nasce feito. É sentimento a desenvolver pelo exercício da vida.
Centenas de mulheres se desiludem, vivem anos a fio sozinhas, acomodadas nas suas camas vazias, na mesa com um só prato, com uma escova de dente e desfazem longas ou curtas uniões porque sonham com um amor entregue a domicilio, embrulhado em papel multicolorido de fantasias e sem exigir o menor esforço. O homem ou a mulher perfeita não existe. Príncipes e princesas só em conto de fadas.

A vida é para ser vivida até onde ela pode ser esticada, sem rebentar. Por isso não force e não se esforce demais para que o “elástico” da vida não rebente antes do tempo previsto. A partir do momento em que você usar um pouco do seu tempo meditando, olhando para si, gostando de você, interessando-se pelos seus gostos, suas preferências e experiências sexuais, afetivas, conjugais, preocupando-se com você mesmo, pode ter a certeza de que tudo daqui para frente fluirá. Claro que você deve estar pensando neste momento, mas nem tudo e nem todos os dias são flores...; E quem aqui disse que é. Por certo muitos de vocês, homens e mulheres, já passaram por experiências desagradáveis, humilhantes, constrangedoras, muitos já devem ter levado o famoso “pé na bunda”, pagaram vários micos, tomaram vários “bolos” ou por outro lado passaram por experiências maravilhosas, divertidas, estranhas, intensas, românticas, envolventes.

A partir de agora vocês irão conhecer e se emocionar com a trajetória de duas mulheres, duas amigas, que se envolvem em várias aventuras, que confessam seus dramas, suas paixões, suas conquistas e suas perdas, as suas verdades, os seus medos e as suas opiniões sobre os mais variados tipos de relacionamentos.  Leiam e tirem suas próprias conclusões sobre essa estória que poderá ser a sua, a minha, a nossa estória...


CAPÍTULO I


Ana acordara com uma sensação estranha naquele dia. Sentia algo diferente no ar. Estava um tanto confusa em relação aos seus sentimentos e isto ela percebeu quando olhou Paulo pela cortina da janela de seu quarto. Ana assustara-se ao visualizar aquela cena: Paulo lavando seu carro, que mais parecia um animal de estimação. O som do rádio estava tão alto que Paulo nem notara a presença de Ana na sacada.

Ana ficou ali, como que paralisada no tempo, tentando encontrar naquele homem o amor da sua vida. Tentava sentir algo mais forte, aquele friozinho na barriga, aquele arrepio pelo corpo, aquela vontade imensa de abraçá-lo e beijá-lo ardentemente, mas não sentia mais nada por ele. Ana tentava resgatar do fundo da sua alma toda aquela paixão arrebatadora, aquela sede de amor que sentia por Paulo, mas sentiu que nada mais conseguia mudar aquela situação. Ela via por detrás da cortina um outro homem, um homem mais maduro, sem graça, sem açúcar, sem sal, sem pimenta. Ana então começou a chorar copiosamente, com uma tristeza e um vazio tão grande dentro de sua alma, que pensou que naquele instante o mundo iria desabar sobre os seus pés. Sentiu uma vontade imensa de gritar, de se atirar daquela janela diante de Paulo e fazê-lo acordar. Mas conteve suas emoções, olhou-se no espelho e viu que era ainda, apesar da sua idade, uma mulher bonita, atraente, charmosa. Olhava seu corpo ainda esguio, cintura fina, seios volumosos, cabelos compridos escuros, sedosos, olhos amendoados, enfim uma mulher interessante e inteligente acima de tudo.
Vestiu-se e desceu para o café da manhã. Regina, sua fiel e escudeira mãe e amiga, estava a mesa lhe aguardando.
- Bom dia filha, o que houve, dormiu demais?
- Oi mãe. Não estou me sentindo muito bem hoje. Estou com uma sensação estranha, diferente, não consigo descrever o que é.
- Você e Paulo estão bem? Vocês brigaram?
- Não mãe, não aconteceu nada. É comigo. Eu não estou legal. Aliás, ultimamente eu estou me sentindo meio estranha, parece que fora da realidade, fora dos parâmetros normais. Triste, vazia, inquieta, rebelde, com ódio das pessoas, do mundo, enfim meio paranóica mesmo. Acho que é isso.
- Credo filha, mas é paranóia mesmo. Acho que você deveria procurar um médico, um terapeuta, uma ajuda antes que seja tarde.
- Será mãe? Será que algum médico vai conseguir saber o que estou sentindo? São vários sentimentos misturados. É muito estranho, mãe. E hoje pela manhã quando acordei foi mais forte, parece que a partir dali, da cena que vi, tudo foi ficando mais claro...
- O que foi filha, me conta, você está me deixando curiosa.
- Bem mãe, hoje quando acordei fui até a janela do meu quarto e fiquei por alguns instantes olhando Paulo ...Bem eu pensei que ao vê-lo já pela manhã sentiria algo bom, um prazer talvez, vontade de estar com ele, mas pelo contrário, não senti nada, sabe o que é nada, mãe, nada. Um vazio tomou conta de mim, uma sensação de que aquele homem era um estranho pra mim, era como se eu nunca o tivesse conhecido.
- Mas não dá pra entender filha. Vocês estavam ultimamente como se estivessem em lua de mel. O que houve com todo esse amor?
- Não sei mãe. Talvez descobri que ele amava por nós dois. De minha parte mãe, te confesso que há muito tempo não sinto mais graça, mais amor ou paixão. Me sinto como se eu estivesse sendo levada, sem eu querer, me entende mãe?
- Ana, minha filha, porque você não convida uma de suas amigas para passar uns dias aqui com você?
- Ah, não sei mãe. Acho que isso é um assunto só meu.
- Bobagem filha. Liga para a Cristina. Assim você já tem notícias dela. Faz tanto tempo que vocês não se falam.
- Está bem, mãe, vou ligar agora para ela.
Ana e Cristina conheceram-se no jardim de infância da escola próxima a casa delas. Ambas nasceram na década de 60. Fizeram a faculdade de jornalismo juntas. Casaram, mas optaram por não terem filhos. Foram morar no mesmo bairro. Elas e os respectivos maridos encontravam-se sempre nos finais de semana, almoçavam juntos, passeavam, discutiam seus pontos de vista sobre vários assuntos, mas principalmente sobre relacionamentos. Mas um dia tiveram que se separar: Paulo conseguira um trabalho fora da cidade. As duas amigas então choraram, sofreram e descobriram o quanto é doloroso uma separação.

domingo, 21 de março de 2010

Sempre tem a primeira vez...

Oi gente! Pois é, tô super, hiper, mega nervosa pq é a minha "primeira vez". Pensei muito sobre o assunto, criei coragem e decidi experimentar, pq não? Já experimentei o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro "fora", a primeira separação, o primeiro emprego, e agora meu primeiro blog.
Escolhi o título "Olha Só" pq quando usava nos chats ou no msn, o cara do outro lado parava tudo que estava fazendo e me "ouvia".
OLHA SÓ >>> A cada semana vou lançar aqui uma página do meu livro: "Nós as Mulheres, Eles os Homens" , recheado com muitas dicas, papos, estórias sobre relacionamentos, encontros e desencontros. Beijos!