domingo, 4 de abril de 2010

"Nós, as Mulheres. Eles, os Homens"

DEVANEIOS
Porque é tão difícil as pessoas se relacionarem? Dizerem umas as outras o que sentem? Por que os relacionamentos são tão complicados? Por que as pessoas são tão complicadas? Por que não dizer o que estão sentindo umas as outras? Por que esconderem os seus sentimentos? Por que ficarem sofrendo escondendo de si mesmas o que gostariam de gritar para o mundo?

CAPÍTULO II

Cristina vivia alucinada por um amor que sonhava desde sua adolescência. Apesar de ter sido casada, sabia e sentia que aquele não foi o homem da sua vida. Ela sonhava com um amor eterno, intenso, arrebatador, envolvente, passional. Ela sabia, mas não queria que isso fosse uma utopia. Ela sabia, mas não queria que esse amor não existisse. Ela sabia, mas não queria acreditar que tudo não passava de fantasias de sua mente perturbada, alucinada, embriagada por um homem imaginário. Um amor de conto de fadas... Cristina havia passado por uma longa e dura separação...

- Cristina, minha irmãzinha querida, que bom que você veio!
- Oi amiga. Quanto tempo. Você sempre linda hein?
- Vamos Cris, vamos entrar, tomar um chá com uma torta de nozes que mamãe fez especialmente pra você.
- Que saudades desse ar puro, dessa hospitalidade, de você minha amiga e da sua torta de nozes D. Regina (risos)
- Bem amiga me conta com detalhes o que foi que lhe aconteceu? Por quê você se separou? O que houve com Oswaldo?
- Bem amiga, é uma longa estória: Meu casamento já andava sem graça, sem sabor, sem amor e sem tesão. Então um belo dia eu estava no shopping fazendo compras e fui pegar o elevador para ir até o estacionamento. Amiga, quando eu entro no elevador dou de cara com um homem lindo, alto, moreno, olhos azuis, barba rala, corpo sarado e que me sugou com os olhos. Senti naquele momento algo que nunca havia sentido antes em todo o tempo em que fiquei casada. Algo inexplicável, intenso,emocionante. De repente ele chegou bem pertinho do meu rosto e eu ali enlouquecida, querendo que ele me beijasse. Sabe aqueles beijos que quando você está louquinha para ganhar, mas o cara fica te olhando, olhando para a sua boca, e quase que encosta a boca dele na sua, mas pára novamente, te olha demoradamente meio que te provocando, beija num cantinho da boca, morde o lábio superior, beija o outro cantinho da boca, morde o lábio inferior, introduz a ponta da língua na sua boca, daí você pensa “é agora” e ele tira a língua e te olha novamente nos olhos e você ali, suspirando, gemendo, louca por aquele beijo se concretizar, daí então ele te pega carinhosamente pelos cabelos, te olha mais uma vez e começa a te beijar, beijar, beijar...
- Ai Cristina, e aí mulher, me conta o resto. Rolou algo no elevador?
- Claro que não Ana. Lá sou mulher disso? Pura imaginação. Fantasia sexual. Chegamos no estacionamento ele me convidou para sentarmos um pouco dentro do carro. Ficamos conversando aproximadamente por uma hora. Cada um contou um pouco da sua vida: relacionamentos, filhos, horários, trabalho, lazer, gostos, defeitos, qualidades, planos, preferências sexuais, beijos, olhares, dúvidas, esclarecimentos, risadas, silêncio, caricias, carinhos, pensamentos, brincadeiras, decisões, conselhos, declarações, lembranças. Como eu tinha horário para chegar em casa nos despedimos e marcamos um encontro. Mas no caminho várias perguntas e dúvidas assolavam meus pensamentos: Será que ele me queria só pra sexo? Será que queria algo sério?
- Você é completamente louca Cristina. Como marcou algo se ainda estava casada?
- Ana, minha amiga, você não mudou nadinha. Sempre fiel e certinha.
- Ora Cris, que bobagem. Acho que é uma pergunta normal. Qualquer pessoa teria a mesma dúvida e curiosidade...
- Esta bem, amiga. Desculpa, é que continuo com a minha ansiedade de falar e agir sem pensar.
- Continua Cris.
- Ele me ligou após alguns dias e me confessou algo que não havia me falado: era casado, mas me jurara que iria se separar porque seu casamento já estava no fim.
- Bom e daí, vocês se encontraram novamente?
- Não.
- Não??? Por quê? O que houve? Já sei você desistiu...
- Pior. Ele me ligou no dia dizendo que não poderia me ver e não marcou um novo encontro.
- Ah, mas isso era certo não é Cris. Primeiro porque você ainda era uma mulher casada e você sabe muito bem qual a minha opinião a respeito disso e segundo homem solteiro já está difícil assumir algo, casado então nem se fala...
- Olha amiga, pra lhe dizer a verdade, no dia do tal encontro eu acordei com uma sensação estranha de que ele iria me ligar desmarcando.
- Deve ter sido difícil, já que pelo que você me contou estava bem entusiasmada.
- Pois Ana, foi a partir daí que eu comecei a ansiar por liberdade. Liberdade de pensamento, de movimento. Sensação de desapego. Viver fora das grades, em comunhão com a vida. Sentir o sol da manhã na pele, o frescor da brisa. Sem algemas, sem correntes, sem interesses, sem cobranças. Simplesmente livre.
- Então foi assim que você sentiu a necessidade de separar?
- Sim. Ser livre. Livre para pisar em solo estrangeiro. Livre para ser mais um passageiro. Livre para mudar. Livre para sonhar.


OLHA SÓ>>>

O que vocês acham do domingo?
DOMINGO: DIA CHATO??!!

Para alguns dia de descanso, para outros um dia "depre", principalmente quando não se tem nada prá fazer ou alguém prá compartilhar.
O almoço é praticamente café da tarde, TV um tédio, que tal escolher uma roupa prá sair, arrumar os cabelos... Não. Sair nem pensar. Melhor continuar de pijama e voltar prá cama. Daí vem um pensamento, vem outro e mais outro e pronto, durmo novamente. Sonho com "ele" cantando Bon Jovi no meu ouvido, nossa que loucura, tão nítido, tão real. Opa, acordo assustada, já é noite. Minha última esperança, a internet. Meus domingos nunca mais foram os mesmos...

Beijos e até o próximo!

Um comentário: